Técnica de integração lavoura, pecuária e floresta será difundida no Paraná

Uma parceria entre o Instituto Emater e a Cocamar (Cooperativa de Maringá) vai incrementar o projeto de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta no Paraná. O termo de compromisso foi assinado na quinta-feira (09) durante dia de campo realizado em Xambrê, região de Umuarama, que contou com a presença do secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.

Segundo Ortigara, o projeto prevê a integração das atividades da pecuária com a produção agrícola e o cultivo florestal. Ele está de acordo com a política do governo federal de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e no Paraná está no plano de governo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento porque contribui com o aumento da fertilidade do solo e eleva a renda na propriedade.

O secretário disse que esse é o momento ideal para adesão dos produtores ao projeto. As instituições de pesquisa e de extensão rural do governo do Paraná como o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Instituto Emater têm o conhecimento dessa tecnologia, existe disponibilidade de financiamento aos investimentos na propriedade por parte do governo federal, que está priorizando a liberação de recursos aos projetos integrados ao programa ABC, além de apresentar sustentabilidade ambiental.

“Temos ganhos de toda ordem, desde financeiros aos ambientais”, disse Ortigara. A Secretaria quer incrementar o projeto em todo o Estado, especificamente na região Noroeste do Estado, onde as pastagens estão degradadas e o rendimento da pecuária está na média de meio boi por hectare ano, afirmou o secretário.

O governo do Estado é parceiro da Embrapa, Iapar, Emater e cooperativas para abraçar essa causa, lembrou Ortigara, ao afirmar que existem ferramentas para impulsionar essa tecnologia. Ele disse que essa tecnologia é viável, é necessária e hoje o pecuarista não pode mais se dar ao luxo de continuar na atividade com baixa produtividade. O Paraná já o segundo estado que mais está captando recursos com projetos integrados ao programa ABC.

DIA DE CAMPO – Dia de campo foi promovido pela Cocamar e realizado na Fazenda Experimental do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em Xambrê, com a participação de cerca de 600 agricultores. Estavam presentes ainda os dirigentes do Iapar, Florindo Dalberto, do Instituto Emater, Rubens Niederheitmann e do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Luiz Tarcisio Mossato Pinto. Os deputados estaduais Fernando Scanavaca e Nelson Garcia também participaram do dia de campo.

PROJETO – No Paraná, o projeto de Integração, Lavoura e Pecuária será capitaneado pela Cocamar, que vai difundir essa tecnologia entre seus cooperados. O presidente da cooperativa, Luiz Lourenço, disse que a cooperativa vai fazer todo o esforço possível para avançar com essa tecnologia no Estado e que está otimista com a adesão dos produtores porque proporciona a elevação de renda e a sustentabilidade ambiental. Na pecuária, a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta é capaz que aumentar em até oito vezes a renda da pecuária, disse.

RENTABILIDADE – O projeto Integração Lavoura, Pecuária e Floresta é pesquisado pelo Iapar desde 1996. O engenheiro agrônomo Sérgio José Alves, gerente do projeto, disse que a rentabilidade média da soja alcançada durante a fase de acompanhamento pela pesquisa alcançou uma média de 46 sacos por hectare/ano, quando a média da região do Arenito oscila entre 36 a 40 sacos por hectare/ano.

Na pecuária, a elevação do rendimento é mais surpreendente. A média da produtividade na região é de 2,5 cabeças adultas por hectare/ano, que pode alcançar até 6 cabeças adultas por hectare/ano. Além disso o sistema permite um ganho de peso médio de 800 gramas por dia, que permite o abate dos animais pode ser feito aos dois anos de idade.

Na pecuária tradicional da região, o ganho de peso dos animais oscila entre 400 gramas a 450 gramas por dia. “Com essa média, o que os animais ganham no verão eles perdem no inverno”, disse o pesquisador.

Em relação ao cultivo florestal, na fazenda experimental do Iapar, o eucalipto plantado há dois anos no sistema de integração começa a ser debastado ainda esse ano, gerando renda adicional sem falar no conforto e bem estar proporcionado aos animais com a disponibilidade de sombreamento.

Fonte: SEAB

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